sexta-feira, 20 de julho de 2007

Arquitectura, onde?















A arquitectura de jornais e revistas, dignificadas pela sua grandiosidade, nome, e custos têm um valor enorme para a sociedade, ganhando as obras um papel de marco e dignificação para o próprio local, a cidade e ate mesmo para o país. E então as nossas simples casas, não serão elas ainda mais dignificantes?
A CASA torna-se hoje no local em que a vida tem um outro ritmo, pois “lá fora na cidade” a vida é simplesmente percorrida e corrida, nada se sente, nada de vive intensamente, excepto o fervoroso e perturbador transito e tudo que a comunidade dita social acarreta. É na casa que se encontra um pouco de nos, algo que nos digna.
A cidade vive entre estas duas paradoxas realidades, o caos e a serenidade, o pessoal e o impessoal, em suma a cidade vive deste equilibro perturbador feito pelo dia-a-dia.
Para uma pessoa, a SUA CASA trás à memória uma vivência, um acumular de sentimentos inerente à CASA.
CASA poderá ser sinónimo de família, abrigo, aconchego, repouso, felicidade, não serão estes sentimentos tão dignificantes como os da arquitectura de jornais e revistas? Pois, a cidade é toda ela uma constante de relação escalar, a arquitectura parte de uma proporção que monitoriza tudo o resto, a escala humana.
O bairro habitacional é de corpo e alma agarrado a estes sentimento DA CASA. Nele nota-se uma personalização e um carácter pessoal nas edificações, é dado à CASA algo de si, a casa do “Manuel” não é igual à casa da “Maria”, apesar de estruturalmente serem semelhante ou mesmo iguais.
Fazendo um afastamento do singular ao plural, a cidade é moldada por uma “colectividade singular”, deste modo poder-se-á dizer que a cidade tem personalidade e sentimento, pois somos nós que todos os dias acrescentamos um pouco a este poço conflituoso de aspirantes a sentimentos.
Arquitectura, onde!? A arquitectura nasce, cresce e desenvolve-se ao ritmo do homem para o homem, pois se a “arquitectura é uma maquina de servir” a cidade serve o homem de modo a responder ás suas necessidades e desejos.


“Uma aldeia, uma só, mas implantada no meio de alguns terraços cultiváveis no flanco de uma colina, humaniza a paisagem até ao fundo do horizonte; a pobreza e a solidão que as suas pedras abrigam projectam sobre o o mundo em redor a presença de um sentido e de uma ordem desejável.” arquitectura e sociedade - michel freitag

Abertura

... e assim nasceu um blog de pensamento e debate sobre arquitectura....